Archive for Janeiro 18th, 2017

Sabes qual é o alcance de um espirro?

Quarta-feira, Janeiro 18th, 2017

Cientistas do MIT analisaram espirros humanos em laboratório e chegaram a um número surpreendente. Vários, aliás. (in, www.jornalissimo.com | 18.01.2017)

Que distância imaginas que as gotículas de um espirro conseguem alcançar? Poucos centímetros? Um metro? Vários metros?

Esta é uma questão que, desde há dois anos, não precisa de palpites, já que tem resposta científica, graças a um estudo desenvolvido em Boston, pelos investigadores do ‘Bourouiba Group’, do Massachusetts Institute of Technology (MIT).

Este grupo estuda a relação entre a dinâmica de fluídos e a epidemiologia, com o objetivo de perceber os mecanismos físicos que estão por trás da transmissão de agentes patogénicos. Serve-se, para isso, de observação direta, experiências e modelos matemáticos.

Atendendo ao resultado do estudo, ficamos elucidados sobre a importância de pôr um lenço ou o cotovelo à frente quando tossimos ou espirramos.

É muito mais do que uma questão de boa educação. O gesto evita que partículas contaminadas saídas da nossa boca se transmitam a terceiros.

Vamos lá então saber as conclusões dos investigadores. As gotículas que projetamos pelo ar – especialmente as mais pequenas – superam uma distância de 70 centímetros em menos de um segundo (sendo que podem chegar a alcançar seis metros!).

Para chegar a estes números, o grupo do MIT pediu a duas pessoas que esquecessem a etiqueta e espirrassem sem cerimónia várias dezenas de vezes e registaram as imagens em vídeo (podes vê-las no final deste artigo).

Os dados, publicados no ‘Journal of Fluids Mechanics’ mostram como os espirros são poderosos veículos de agentes patogénicos, isto é, de doenças. Um espirro sem mão a bloquear a difusão de gotículas consegue contaminar facilmente toda uma sala.

Mais assustador ainda. As gotículas de um espirro, de diversos tamanhos, viajam no interior de uma nuvem composta de gás, de ar quente e húmido. Ao sair da boca, essa nuvem dispersa-se em vários sentidos e o ar quente e húmido permite que suba e alcance os sistemas de ventilação, podendo circular através deles e chegar até outros espaços.

E, já agora, sabes por que é que tossimos?

Apresentamos-te o mesentério, o novo órgão do corpo humano

Quarta-feira, Janeiro 18th, 2017

Da Vinci falou do mesentério no século XVI. Agora cientistas irlandeses descobriram que o mesentério é um órgão.

Em breve os alunos de medicina vão ter mais um órgão para estudar, o mesentério.
Não se pode dizer que este novo órgão tenha acabado de ser descoberto pelos cientistas. O mesentério é bem conhecido por quem estuda anatomia. Se fores, por exemplo, à ‘Infopédia’, vês como ele já tem uma entrada:

«Mesentério – nome masculino, parte do peritoneu que sustenta, em especial, o intestino delgado. Do grego ‘mesentérion’, “membrana que envolve os intestinos»

A questão é que, até agora, o mesentério era visto como uma estrutura fragmentada do aparelho digestivo.

O que mudou?

A alteração tem a ver com a classificação desta parte do nosso corpo. Depois de vários anos de investigação, uma equipa irlandesa, do ‘Hospital Universitário de Limerick’, vem demonstrar que o mesentério deve ser reconhecido como órgão.

Uma das condições para um órgão ser visto como tal é ter uma estrutura contínua e foi isso que a equipa dirigida pelo médico J. Calvin Coffey mostrou.

No resumo do artigo que publicaram recentemente na conceituada revista ‘The Lancet’, Coffey e o doutorando Peter O’Leary, avançam que “foram reveladas características anatómicas e funcionais distintivas que justificam a designação do mesentério como um órgão”.

O ‘Anatomía de Gray’ – não a série, o manual que dá nome à série, um livro de referência na medicina – apresentará já na sua próxima edição o mesentério como órgão, definindo-o como “uma dupla dobra do peritoneu que une o intestino à parede abdominal, mantendo a zona bloqueada”.

Que impacto tem a nova classificação?

Ascender ao estatuto de órgão, deverá permitir ao mesentério, segundo os autores do estudo, “ser submetido ao mesmo foco de investigação que é aplicado a outros órgãos e sistemas”.

Conhecida finalmente a estrutura e caraterísticas anatómicas do mesentério, os investigadores vão agora estudar melhor o novo órgão, entender o seu funcionamento para poderem identificar quando surgirem anomalias no mesentério que conduzem ao aparecimento de doenças.

 Perceber qual é exatamente a função deste órgão pode ajudar a saber mais sobre as doenças que afetam o aparelho digestivo e, logo, sobre como tratá-las de uma forma mais rápida e menos invasiva.

Sabias que?

– Com a classificação do mesentério como órgão, o corpo humano é composto por 79 órgãos?

– Foi Leonardo da Vinci quem primeiro descobriu o mesentério, no século XV, por volta de 1500. Descreveu-o como uma estrutura fragmentada. Um conceito que só agora, mais de 500 anos depois, fica ultrapassado.

Fotos: The Lancet.com, YouTube, Wikimedia Commons

Fontes: The Lancet, Infopedia, BBC, Cadena Ser, Wikipedia

in, www.jornalissimo.com | 04.01.2017