Archive for Maio, 2015

O cérebro em 3D como nunca o viu

Terça-feira, Maio 5th, 2015

E se fosse possível percorrer o cérebro e passear pelos milhares de milhões de neurónios que o compõem?

A aventura tornou-se possível graças a um projeto de reconstituição digital do cérebro a três dimensões.

Os investigadores trabalharam a partir do cérebro de uma mulher de 65 anos que foi preservado em parafina e cortado em milhares de fatias.

Cada corte foi montado em slides e digitalizado num scanner de alta-resolução.

O novo mapa 3D chamado Big Brain é o mais detalhado realizado até agora.

A resolução é 50 vezes superior aos mapas de referência anteriores, nomedamente aos modelos feitos com imagens obtidas por ressonância magnética.

“O Big Brain é um atlas do cérebro humano a três dimensões e com resolução microscópica. Tivemos de fazer mais de 7500 cortes de tecidos do cérebro que depois foram reconstruídos a três dimensões. O que significa que no fim voltámos a obter um volume em que nos podemos mover. É um pouco como o Google Earth onde podemos ampliar a imagem das cidades e ver certas estradas, o atlas do cérebro é bastante similar”, afirma Katrin Amunts, responsável pelo projeto e investigadora do Instituto de Neurociência e Medicina, da Alemanha.

O modelo do cérebro a três dimensões foi realizado por cientistas canadianos e alemães no âmbito do projeto europeu Human Brain.

Os resultados da investigação acabam de ser publicado na revista Science.

Os investigadores esperam disponibilizar toda a informação na Internet.

“Podemos medir de forma precisa a superfície e a espessura cortical. São parametros importantes para as doenças neurodegenerativas. Podemos também obter informações sobre a distribuição das células em certas regiões do cérebro. Há pequenas lesões e é importante ver o aspecto dessas lesões e o do chamada penumbra.É importante ter informação detalhada, essa informação pode ser útil no caso de doentes com derrame cerebral”, acrescenta a investigadora.

O projeto poderá abrir portas a vários avanções científicos.

“Esperamos que este modelo do cérebro humano se torne num sistema de referência. O que significa que outros dados sobre a função do cérebro, a distribuição dos recetores ou a expressão dos genes poderão ser integrados neste modelo.
Em segundo lugar, esperamos ser capazes de calcular análises baseadas neste cérebro, por exemplo, ver a dimensão da densidade celular em diferentes regiões do cérebro. Estes parametros podem ser utéis para fazer modelos e simulações do cérebro e esse é um dos aspetos em que estamos a trabalhar no âmbito do projeto”, afirma Katrin Amunts.

Viagem Fantástica do Corpo Humano

Terça-feira, Maio 5th, 2015

Viagem Fantástica do Corpo Humano, o incrível processo do Nascimento ate á morte.
Documentário imperdível…

Demência: quando o esquecimento se apodera do cérebro

Segunda-feira, Maio 4th, 2015

Demência vem do latim demens (diminuição da mente) e é o termo usado para nomear a redução progressiva ou perda das capacidades cognitivas (memória, raciocínio, atenção, linguagem, orientação, movimento, etc.). É mais frequente nas pessoas acima dos 65 anos, apesar de não fazer parte do envelhecimento natural e de poder surgir em qualquer idade.

Em 2013, a Alzheimer’s Disease International estimou 44,4 milhões de pessoas com demência no mundo, 153.000 dos quais portugueses, valor que, tendo em conta o envelhecimento da população, terá tendência a aumentar exponencialmente.

A demência pode resultar de uma variedade de perturbações, sendo crónica, progressiva e irreversível em alguns tipos como o Alzheimer e o Parkinson ou potencialmente reversível quando provocada por disfunções metabólicas, uso de drogas, álcool ou medicamentos, infecções como o VIH e a sífilis, tumores cerebrais ou carências vitamínicas.

Os tipos mais comuns de demência

Doença de Alzheimer, forma mais comum que constitui 50 por cento a 70 por cento de todos os casos de demência, na qual as células cerebrais se destroem progressivamente;

Demência Vascular, provocada por problemas de circulação do sangue para o cérebro;

Demência de Corpos de Lewy, causada pela acumulação das substâncias com o o nome da doença no córtex cerebral;

Doença de Parkinson, perturbação progressiva do sistema nervoso central, caracterizada por tremores, rigidez, dificuldades na fala e, numa fase mais avançada, demência.

Principais sintomas

Normalmente os primeiros sintomas de um quadro demencial são dificuldades frequentes e progressivas ao nível da memória, desorientação, alterações na personalidade e isolamento social. Estes sinais iniciais são facilmente confundidos com os da depressão.

Apesar de a memória não ser a única função cognitiva afetada, para o diagnóstico de demência de Alzheimer esta tem de estar alterada juntamente com uma ou mais das seguintes perturbações:

*Afasia – perda ou alteração da capacidade de falar ou de compreender a linguagem escrita ou falada;

*Apraxia – incapacidade para executar normalmente movimentos coordenados;

*Agnosia – perda ou deterioração da capacidade para reconhecer ou identificar objetos, sons ou pessoas sem deficiências sensoriais como cegueira ou surdez;

*Perturbação do funcionamento executivo – dificuldade ou incapacidade para planear e executar tarefas complexas.

Consideram-se três estádios de evolução dos quadros demenciais consoante a presença ou intensidade dos sintomas presentes:

Inicial – Dificuldades de concentração, esquecimento de nomes e acontecimentos recentes, dificuldade em encontrar certas palavras, apatia ou irritabilidade.

Moderado – Ligeira desorientação no espaço e no tempo, dificuldade de recordação de acontecimentos remotos.

Grave – Desorientação no espaço no tempo e referente a si mesmo, não reconhecimento de familiares e amigos, discurso muitas vezes incompreensível, necessidade de apoio nos autocuidados (higiene, alimentação e para se vestir), agressividade e delírios.

O que fazer

Por vezes é difícil perceber o exato momento do aparecimento da demência pois os seus sintomas poderão ser atribuídos ao envelhecimento normal, cansaço ou depressão. É importante consultar um neuropsicólogo (psicólogo com formação em neuropsicologia) que através de uma avaliação poderá determinar a gravidade da perturbação das funções cognitivas, ajudá-lo a lidar e aceitar a demência e melhorar algumas destas funções com exercícios de estimulação cognitiva.

Importa referir que o diagnóstico deverá ser sempre feito por um neurologista ou psiquiatra através dos dados da observação clínica, avaliação neuropsicológica (prévia ou posteriormente realizada) e de exames complementares como TAC (Tomografia Axial Computorizada) e/ou RM (Ressonância Magnética). Este médico especialista receitará medicação e acompanhará a doença em equipa com o neuropsicólogo, com quem trabalhará em estreita articulação.

No caso de lhe ter sido diagnosticado um quadro demencial eis algumas sugestões que poderá implementar:

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Catarina Barra Vaz

Psicóloga Clínica e Neuropsicóloga da Psinove – Inovamos a Psicologia

Sobre a autora:

Catarina Barra Vaz é psicóloga clínica com formação graduada em Aconselhamento e Psicoterapia e em Neuropsicologia. É formadora certificada com vasta experiência nas áreas de Desenvolvimento Pessoal, Depressão e Gestão de Stress. É psicóloga na empresa Psinove – Inovamos a Psicologia, onde, além da área clínica, integra as áreas de Neuropsicologia, Orientação Vocacional e Formação. Tem especial interesse em Avaliação Psicológica, Neuropsicologia, Depressão, Stress e Perturbações da Personalidade, defendendo um modelo de intervenção integrativo.

Website: www.psinove.com