O bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas, Orlando Monteiro da Silva, defendeu hoje que é “fundamental” que a distribuição de cheques-dentista recomece a partir de Janeiro de 2013.
A suspensão da distribuição de cheques-dentista a crianças e jovens de sete, dez e 13 anos até ao final do ano é a manchete de hoje do PÚBLICO, que justifica a medida com “razões orçamentais”.
Em declarações à agência Lusa, Orlando Monteiro da Silva afirmou que é “fundamental que este programa se mantenha porque é uma área que não tem alternativa nenhuma no âmbito do Serviço Nacional de Saúde no Continente”.
O bastonário dos dentistas afirmou que, no caso das crianças, os cheques são distribuídos por ano lectivo, pelo que, apesar de a verba para este ano civil ter acabado, em Janeiro deverá ser possível alocar mais dinheiro para o programa.
Assim, indicou, a “decisão radical” de suspender a distribuição de cheques-dentista será “não um cancelamento, mas uma suspensão, um adiar” dos tratamentos dentários para as crianças.
O bastonário frisou que “as crianças que já têm o cheque podem continuar a ter o tratamento”, estimando que com a suspensão da distribuição terão ficado por entregar cerca de 12 mil cheques.
Orlando Moreira da Silva referiu que este ano o programa de cheques-dentista começou a funcionar melhor e os cheques foram “distribuídos mais cedo”, acrescentando que a crise económica levou também a uma maior procura.
“Por via disso, a verba esgotou mais cedo. O sucesso do programa foi, paradoxalmente, responsável pelo seu abrandamento na recta final, porque a dois meses do fim do ano já não há verba”, declarou.
Em Novembro de 2011, mais de um milhão de portugueses tinha tido acesso a consultas de especialidade desde 2008, 600 mil dos quais só em 2011: 500 mil crianças de sete, dez e 13 anos e 100 mil grávidas, idosos e crianças com menos de seis anos.
O programa foi uma iniciativa do ex-ministro da saúde do governo PS Correia de Campos.
in, Jornal PÚBLICO, 27.10.2012